Era algo de outra esfera.
Outra órbita.
Outro satélite de Saturno.
O mais interior de todos.
O tempo de que sua vida era tecida.
O que ainda lhe restava viver,
que nada lhe poderia devolver.
Precioso.
O que não queria gastar no tráfego
nem arrumando gaveta.
O que necessitava para pensar,
mergulhar em si mesma.
Ela tinha o direito de ser dona desses instantes,
mandar neles, decidir o que queria fazer com cada um.
Cada momento único que a separa da morte,
viesse ela quando viesse.
(Ana Maria Machado - Canteiros de Saturno)
por Amanda Medina
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