Algumas Verdades

10 de jun. de 2011

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Mas me atrai a luz, essa expectativa
A vejo onde ninguém pode ver, onde você não quer ver

Nas trevas encontro abrigo
Apenas sou, sinto, choro, e fim
A verdade é que preciso da luz
Para ver toda o sentido
Que a falta dela traz

A verdade é que não existe lado escuro da Lua,
Ela é toda negra e você sempre soube

Seu desgraçado, intuitivamente sempre soube

É disso que se trata:
Um redescobrir-se
Aceitar, sem conformismo
Mas como nova perspectiva
Essa condição de nada

E ainda assim modificar essa merda
Prisioneira e manipulativa

Libertar a criatividade
Desengessar a escolha
Perpetuar um sentir de cooperação pró coletivo
É de liberdade que se trata

Aceitar-se

Apaixonar-se por seus demônios
Transmutá-los em força, lança e vinho
Brindá-los diariamente.....

Bravo! Nos vemos no próximo ato
O encontro de duas solidões
Perdida e Salva
Amanda Medina

Por Fim o Perdão

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Quando se anda para fugir ou para chegar
São as pernas que nos guiam
E nos levam para refugios inusitados
Entrei na igreja, não quis orar
Não vi Jesus, nem um anjo, nem nada

No fim da tarde até o Sol
Faz poesia alegre
Pelos vitrais translúcidos

Como um vitral, a luz modifica-me
Minhas nuances, retinas avelã
Expõe cicatrizes
Pequenos marcos

Degustei uma tranquilidade impar
Eu caleidoscópica
Um conto de cores

Expõe as dores que não doem mais
Apenas são

Fizemos as pazes
Um matrimonio poético
-Serás tu, o condição
Minha companheira
Pela vida adentro
Estarás em mim

E isso não me magoa mais

Aquelas cores transcendentais
Por todo esse sofrimento contido
Com causas profundas

Único desejo verdadeiro
Alcançar, um dia
A perfeição do mar
Que mesmo nos dias tempestuosos
Ondas rancorosas, fúria penetrante nas pálidas areias
Permanece eternamente sereno em suas profundezas escuras
E insondáveis

Fecho os olhos e me perdôo
Amanda Medina

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Candidatos a consciência
Querendo decidir, não agir e recordar
Protegidos pelo meu amor
Me dilaceram o primeiro entusiasmo
Com a arrogância da  realidade e do pessimismo

Meu peito grita, calem-se assassinos de esperança
Mas meus lábios estagnados não se manifestam

Mutante inconstante ... Inconstância permanente

Vão pro inferno todos vocês, medíocres operadores
Não quero sua perfeição.
Sou assim defeituosa.
Mas nunca covarde
Não recuo.

Quando termina uma grande emoção, por maior que seja
 se reduz a simples  lembrança.
Recordar não é viver: é morrer em ter sido
Ainda sou, ainda sinto, ainda posso

e vou colhendo morangos na beira do abismo.
Amanda Medina

Arritmia

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Um acorde…um conjunto de notas
Um acordar... melodioso aviso
Notar um vulto sacana
Sempre a espreita
Sussuros de vida
Coração palpitante
Dançando seu tango dramático
Mementum mori

Amanda Medina

Poema a Quatro Maos

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Céu
Luminoso
Dia
Rotineiro
Tédio
Inconsolável
Melancolia
Depressiva
Labirinto
Enigmático
Esfinge
Obscura
Sombra
Calmaria
Profundezas do mar
Desconhecido
Sondável
Perceptivel
Sentir
Paradoxal
Humano
Inexprimivel
Solidão
Escuro
Refúgio
Afeto
Compartilhar solidões
Família
Comitrágico
Animosidade paradoxal
?
Dúvidas
Sofrimento
Agonia
Inércia
Constantismo
Tic-tac
Tempo único
Anacrônico
Fuga da palavra
Folga da poesia
Distração intermitente
Imaginação incontrolável
Inconsciente indefinivel
Sensibilidade
Humanismo
Religar
Conexão
Cooperação
Sorriso
Magia
Euforia
Espera
Inquietação
Caçada por pupilas
Faces rubras
Infantilidade
Inocência
Restauração da essência fundamental
Humanidade superveniente
Comunidade global da boa vontade
Filantropia
Esperança
De tudo, há a fé, o amor e a esperança. Dos três, o maior é o amor.
Amanda Medina E Juliana Prezotto

Três Gerações e Três Girassóis

8 de jun. de 2011

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Elas tiveram um sonho
Destes que só famílias como os Buendia podem ter
Ela sonhou com cenas
As cenas fugiram do sonho
Em partes, aos poucos
E ainda falta a parte findosa
Que desperterá um saber inicial
Qualquer coisa como
Um sentir de “o fim será bonito”
Ela aguarda, insondável, sofre um pouco
Mas guarda uma paz secular
Vinda da degradação dos medos
Namora a si  mesma
O despertar de uma parte antiga de si
Pertencente ao cosmos regressando...distante, cada vez mais
Longe
Leve
Édem
Fim...
Amanda Medina

Narcisismo

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Desconfortável, descobriu-se egoísta
Conjugação espelhada: primeira pessoa
Singularmente ensaiando um plural...meio no automático
Seu egocentrismo era fato, valor e norma.
Então buscou causa:
Diziam que tinha futuro, inteligente que era...
Defendiam que tinha talento, carreira brilhante...
Bastava olhar com ternura para qualquer pequeno
-- mãe melhor não haverá...
Queriam que ela falasse,
-para ir exercitando...
-Talvez fique mais bonita com os anos, assim como sua mãe...
Porque não casa, será um anjo de véu...
Um quanto de expectativas...
mera expectativas de vir a ser...
E ela não lhes daria nada, pois era egoísta!
Queria pouco, só o verdadeiro
E de verdade nesse mundo, não sobra quase nada.
Amanda Medina
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Sublimes são as lembranças...
Tenho o habito de conservá-las.
Em caixinhas, bilhetes e escritos,
Refúgios gentis.

Mas as vezes elas me afrontam!
Como o vento frio do inverno
Abrigo-me, e elas me acham
 Atingem-me no rosto, secam-me os lábios
Ferem-me com sua inexistência presente.

Outras tantas me comovem
Inesperadas...
Invasoras, dissipam a monotonia
Trazem sorrisos impertinentes
O olhar perdido, projetando momentos
Sem abrigo.
E ainda assim acolhido.
Em algum lugar...

Amanda Medina