Crescente

28 de dez. de 2010

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Ao  transportar minha retina
Para as crateras lunares
Me senti regressar
Pelas lacunas seculares
A algo infinitamente maior
Transcendental

Através de um objetiva
Constatei que o limiar
Entre o lado visível e a face oculta da Lua
Possui maior nitidez

É na beira do abismo que se entende a vida
Naquele quase, por um fio,que se vê com clareza o Tao
Mas porque, Deus meu, o desejo pelo indecifrável  abismo vive em mim
Labaredas queimam em minha alma ao contemplar seu lado escuro
Lado oculto do luar...espelho de nossas almas, nossos mares, nossos amores
Nossos desejos inconfessáveis e ainda assim inocentes , quase imaginários

Estrelas são seres de luz plena...planetas pontos constantes, serenos.
Mas esse satélite...mutante de fases, dominadora das marés
Preserva indisvendavel alguns segredos que sondo todos as noites.

Amanda Medina

Correria

22 de dez. de 2010

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Corre, corre tempo.
Corre mais, por favor.
Já fechei as contas, embrulhei os presentes.

Escrevo outro parágrafo no próximo ano.
Preciso de ponto e vírgulas, pausas de semibreve,
sem grand finales.

O anjo pornográfico já sussura: "dê um foda-se e vai".
Corre, corre tempo.
Quero trancar a porta, ir embora.
Decolar pro Tom Jobim, assoviar na janela
e atravessar a ponte.

Tempo, acelera aí,
há um mar a minha espera

Amadurecência

16 de dez. de 2010

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Crescer
Crer no que se é
Ou
Ser o que se crê
O fato é
Que nem a crença
Nem o ser serão os mesmos
Carpe Diem!
Memento mori...

Amanda Medina

9 de dez. de 2010

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O universo se expande
Mas se expande no que?

E derrepente entendi meu lugar...
Nasci com uma alma além das fronteiras do meu universo.

Por isso me sinto tão vasto as vezes
Por isso meu sorriso se funde em novas galáxias

Meus olhos viajam a velocidades impossíveis
Procurando, pulsando, procurando, sempre.

E sempre que meus olhos baterem nos seus
Novas estrelas vão pontilhar a escuridão

Ao se expandir na escuridão se percebe o quanto pequeno se é
Pois limite é ilusão

Hoje entendo que meu lugar não é aqui
Nasci fora da borda e pra lá voltarei.


Israel

Imagine John

8 de dez. de 2010

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Imagine Jonh hoje
Separado de Yoko,
tocando piano em Paris,
pensando as férias na China
ou numa dupla com Paul para última tournee pela América.

Imagine se a bala do louco errasse o alvo.
Jonh, Jean ou João com lente de contato,
boné para calvície e comendo uma celebridade de Hollywood.

Jonh acenderia a Pira Olimpíca
e um baseado ao mundo para comemorar o Nobel da Paz,
doando o prêmio às obras sociais no Alemão

Há 30 anos, ficamos sem Jonh

rr

Pão de três cores

6 de dez. de 2010

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Aos famintos, Deus de pão
Mahatma voa sobre as cabeças
Há almas a roncar, tanta sede ao mar

Corpos desabrigados em noites quentes de verão
Suor, sexo e sono pela cama
Cazuza "anda tão down"

Não há vento ou brisa, nem lamento no morro
A cabeça para, o pensamento segue insone

Nessa segunda, encarcado de chuva e cerveja,
vai o tricolor num passo celestial, sorrindo meio
Chico, Nelson e Telê

Magnata

2 de dez. de 2010

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Pegasus te levou pra voar, plainar na estrada noturna
Fascinado, não lembrou que asas podem ser traiçoeiras
Te enfeitiçou, raptou seus sonhos iniciantes
Roubou teu  coração largo, foi-se olhos celeste
Mas agora vai.....volta a ser poeira estelar
Deixa essa mãe chorar sua falta
Imaginar as asas que agora tem seu filho
Sentindo a  cratera no seu abraço, vazio....
20 primaveras meu deus
E nenhuma mais
Nunca mais
Amanda Medina

O sambadiano

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Lua de todos os dias
No calendário, sempre compromisso
Filosofia, dom, destino

Já compus com o parceiro Fabrice
"bato as mãos numa prece
celebro Cartola, Sinhô, Ismael
Não procuro resposta
Faço a minha aposta no versos de Vila Isabel"

Tem ginga, magia, mistério
terço à tristeza
novena pra alegria
Lição pro magistério

A carne é de Carnaval
e a alma, imortal

rr

O Sonho da Liberdade

1 de dez. de 2010

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Onde está nossa liberdade?
Aquela que sonhamos quando crianças
Olhos cheios de esperança
Brilhavam como o sol
Só ficaram na lembrança

Sonhávamos com a liberdade
E só nos importávamos em nos divertir
Hoje ainda pensamos em nossa liberdade
Mas é como um sonho cada vez mais distante

Só nos preocupamos em acordar cedo todos os dias
Para perpetuar nossa rotina
Em busca de uma melhor posição social
Que nos garantirá nossa liberdade e felicidade
Porém, este parece um futuro muito distante e incerto
Será que compensa sacrificar nossas vidas por esta incerteza?

Na clareza da noite
Sob a sobriedade da embriaguez
Nos deparamos com um senhor fedendo a cachaça
A sociedade o vê como um mendigo
Ao falar com ele, você nota sua despreocupação
Preocupando-se somente em viver o agora
Você sente pena, por sua condição econômica
Mas sente inveja do brilho da liberdade
Que erradia de seus olhos
Será mesmo ele tão desafortunado como pensamos?
Ou será que somos nós?



Magno
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A morte
Descanço da mente
Transformar da essência
Do todo que é um
A morte é ilusão
Nada morre realmente.

Israel

O refazer de um antigo poema à lapis

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O veludo da voz acaricia
Mil cores tatuadas na pele
Badala o sim do sino da sina

O vento quente traz melodia de flautas
Mergulho no suave vinho do teu sono
Seu riso, um rio de águas claras

Na rua cortada por versos transversais
Duas luas transbordam na noite
Amantes à mingua por novas fases
Corpos em impronunciáves frases

Não há sinais, atravesso sem olhar
Os carros não me alcançam
Destemido, corro em espirais
para abraçar a alma e o corpo
de quem, deveras, amo