17:55

15 de abr. de 2011

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Cinco minutos rastejantes
O que fazer nesse tempo?
Em cinco minutos se faz um beijo
se assina um tratado de paz
ou uma união matrimonial

Pode-se morrer em cinco minutos
Ou conceber um filho
Pode-se fazer uma omelete nesses 5
Pode ser a melhor soneca do dia


A vida é um somar de cinco minutos
Essa misera parcela da tempo...

Amanda Medina
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"Criámos a época da velocidade,
mas senti-mo-nos enclausurados dentro dela.
 Os nossos conhecimentos tornaram-nos cépticos;
 a nossa inteligência, empedernidos e cruéis.
 Pensamos em demasia
e sentimos bem pouco.”
Charlie Chaplin

13 de abr. de 2011

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Agora lá fora cai uma chuva fina.
Amanheceu desses dias que não querem nascer.
O sol está de ressaca e eu só quero dizer o pouco.
Dizer que não sou sempre triste assim.
Dizer que fico garoando as vezes,
nuvem evaporo pelo ar.

Mas só as vezes.
As vezes não quero nascer porque algo meu não veio junto,
ficou para trás falando: "ei hoje não, boa sorte"
Não posso tocar essas pessoas.
Estão tão próximas que um mundo nos separa.
Essas grades invisíveis são muito mais indestrutíveis
que qualquer liga metálica.

Mais fortes que diamante.
Porque usam algo tão puro para grades?
Meus filhos, meus netos? Quantos de nós?
Quantos mais, até realmente termos dignidade.
Até todo horror do mundo ser curado.
Até as feridas na alma do homem serem sanadas.

Tudo isso é nuvem e lágrima,
passando em alma silente nesse dia nublado.
Esse ar frio tem qualquer coisa tímida de esperança.
Não para mim, mas para um raiar de dia esplendoroso,
em futuro distante.
Meus olhos terão passado.
Mas meu sentimento estará gravado, nesse dia frio.

Você ai do futuro.
Se de algum modo puder me alcançar.
Se quiser me falar.
Apenas me diga: Sim meu velho, nós conseguimos... nós conseguimos.


Israel
13/04/11

Carrpe Diem

12 de abr. de 2011

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O que sinto, quando sinto você?
Me pergunto, mas a resposta não é racional
Eu não sou racional
Sou só sentimento, transfigurado em mulher
Sinto sua dor;
Sua revolta;
Sua irá;
Sua incapacidade de resignação;
Sinto sua compaixão;
Seu desprezo;
Seu deboche;
Seu desafio;
Sua surpresa;
Sua rotina;
Sua teimosia orgulhosa;
Seu sonhar doloroso;
Seu concretizar luminoso;
Sua reclusão desafiadora;
Um paradoxo, um mistério, um impossível, um improvável,um anacrônico, um bipolar...
Sou qualquer coisa entre o ser e o regressar
Quanto te sinto sou
Quando te vejo, regresso .
O que sou e para onde volto...
Isso nem meu mar sabe.
Amanda Medina.

12h:00min

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Pelos muros pichados na cidade
Sente-se a ira dessa gente alada,
Povo bonsai, que de tempos em tempos poda suas raízes
Técnica lenta e dolorosa
Que resulta num não crescimento
Se movem pelas máquinas
pois os corações deformados
Apenas pulsam, nunca amaram.
Contudo, penetra  a atmosfera cinzenta                                                           
Um casal de sexagenários
Gente de raízes profundas
Do tempo das varandas e dos namoros de muro
Olhar elevado, vasculhando...
E derrepente, não mais que derrepente,
Um sorriso! Me comovo com sorrisos inesperados

Ainda é outono, e há andorinhas nos fios telefônicos.
Talvez uma dúzia
Para lembrar os pequenos cariocas, empurrados do ninho, sem asas.
Mais umas esquinas, horário de rush.
Um casal estudantil  me leva aos primórdios do sentimento 
Pensam estar seguros, longe dos portões da  escola
Afastados do olhar rígido de um pai que esqueceu-se do desejo
Não imaginam nada além das sutilezas do próximo gesto
Mais um sorriso apaixonado

Sutilezas da delicadeza do querer bem
Mal sabem eles o qual observados são...
Minhas manias de observação
Me levam a um contemplar dos sinais de alegria
Uma caçada árdua nesse dia sem Sol
E quando dava minha busca por encerrada
Mais um sinal: Uma secretária e sua provável filha, uniformizadas,
De mãos dadas embaixo de um guarda-chuva azul
Passinhos ágeis seguem o  elegante  salto alto
Em meio a correria elas param.

E um abraço sufocante, tira o ar dos que não  tem tempo
Ocupados, desafetuosos, mecanizados.
Entao não me diga que não há espaço para afeto
Não nessa cidade tão poética.

 Sei que ainda brota um jardim desse estéril cimento.
Amanda Medina.

2 de abr. de 2011

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Nessa rua da minha solidão
Eu passei todas as vezes que tive alguém
Sem saber se amava ou não.


Israel