21 de set. de 2011

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A melhor balança
é  a poesia
que faz prova dos sentimentos
capazes de humanizar e engrandecer

Nada realmente admirável foi escrito por satisfeitos
Pois sua individualidade competitiva reflete palavras rasas,
 se aprisionam a elas, unilaterais eternos.

Mas de quantas inefáveis maravilhas são capazes os inadequados
Basta que tenham coragem
de se lançar no abismo do questionamento e da observação.
Não incomum são as cicatrizes, cortes profundos dos velhos hábitos;
Belas, para mim, pois lembram os caminhos já passados

Os grandes poetas nunca nasceram por inteiro neste mundo,
pariram a si mesmos.
Um parto de palavras, contrações cíclicas de dor e sofrimento
E por redenção, a luz!
Brilho vital, colhido em suas obras
Transcendental, sobrevivendo aos criadores.

Gerando insatisfeitos
Mentes férteis
Alma iluminada
Raízes profundas

 Solo fértil e luz...eis o segredo das grandes árvores

Mas mesmo elas ainda se comovem
Com o farfalhar daquelas asas...tão vulneráveis
Sabiamente desapegadas... leves.

Asas e raízes.

Os satisfeitos dizem ser contrários absolutos
Pólos intocáveis, anuláveis.
Se condicionam a escolher uma e desejar (secretamente) a outra.
Os inadequados as sentem complementares
E vivem suas curtas vidas sendo ambas,
Eis a diferença .

Amanda Medina.








19 de set. de 2011

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Se protegerdes com demasiada devoção o jardin secret da tua alma, ele pode facilmente começar a florescer de um modo excessivamente luxuriante, transbordar para além do espaço que lhe estava reservado e tomar mesmo pouco a pouco posse da tua alma de domínios que não estavam destinados a permanecer secretos. E é possível que toda a tua alma acabe por se tornar um jardim bem fechado, e que no meio de todas as suas flores e dos seus perfumes ela sucumba à sua solidão.

Arthur Schnitzler, in 'Relações e Solidão'

14 de set. de 2011

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"No mistério do Sem-Fim,
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro:
no canteiro, uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim,
a asa de uma borboleta."
Cecília Meireles
(pintura- Monet)