13 de abr. de 2011

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Agora lá fora cai uma chuva fina.
Amanheceu desses dias que não querem nascer.
O sol está de ressaca e eu só quero dizer o pouco.
Dizer que não sou sempre triste assim.
Dizer que fico garoando as vezes,
nuvem evaporo pelo ar.

Mas só as vezes.
As vezes não quero nascer porque algo meu não veio junto,
ficou para trás falando: "ei hoje não, boa sorte"
Não posso tocar essas pessoas.
Estão tão próximas que um mundo nos separa.
Essas grades invisíveis são muito mais indestrutíveis
que qualquer liga metálica.

Mais fortes que diamante.
Porque usam algo tão puro para grades?
Meus filhos, meus netos? Quantos de nós?
Quantos mais, até realmente termos dignidade.
Até todo horror do mundo ser curado.
Até as feridas na alma do homem serem sanadas.

Tudo isso é nuvem e lágrima,
passando em alma silente nesse dia nublado.
Esse ar frio tem qualquer coisa tímida de esperança.
Não para mim, mas para um raiar de dia esplendoroso,
em futuro distante.
Meus olhos terão passado.
Mas meu sentimento estará gravado, nesse dia frio.

Você ai do futuro.
Se de algum modo puder me alcançar.
Se quiser me falar.
Apenas me diga: Sim meu velho, nós conseguimos... nós conseguimos.


Israel
13/04/11

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