29 de ago. de 2011

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O olhar caindo aos pingos, grãos
Regando sementes, secretas na escuridão
Um aroma de Terra, revigorante...
Um ciclo novo.

Abolindo ficções
temidas ou impostas
sem adubar motivos para inércia
rompendo essa fibra quente e protetora.
Curando a cegueira.

Um milhão de estrelas na parede
Nas mãos, nos pincéis e na tela
Paletas turquesa, azuladas...

Talvez pelo contato destas poesias
pela fusão destes devaneios...
Essa solidão cansada

Como um testemunho
uma realidade anterior
ela mesma é sua própria realidade
vibração contida

Um brinde a Tchecov,
uma vez que o objetivo da ficção
é a verdade absoluta e honesta...

Com essa chuva,
Dispenso a ficção
Apenas uma dose de verdade
Seja lá como for.

Amanda Medina







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Era algo de outra esfera.
Outra órbita.
Outro satélite de Saturno.
O mais interior de todos.
O tempo de que sua vida era tecida.
O que ainda lhe restava viver,
que nada lhe poderia devolver.
Precioso.
O que não queria gastar no tráfego
nem arrumando gaveta.
O que necessitava para pensar,
mergulhar em si mesma.
Ela tinha o direito de ser dona desses instantes,
mandar neles, decidir o que queria fazer com cada um.
Cada momento único que a separa da morte,
viesse ela quando viesse.


(Ana Maria Machado - Canteiros de Saturno)

por Amanda Medina
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Certa palavra dorme na sombra
de um livro raro.
Como desencantá-la?
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-la.

Vou procurá-la a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se não a encontro,
não desanimo,
procuro sempre.


Procuro sempre, a minha procura
ficará sendo
minha palavra.


( Carlos Drummond de Andrade, "A palavra mágica" in Discurso de Primavera)

por Amanda Medina

23 de ago. de 2011

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Quem não é capaz de ser pobre não é capaz de ser livre.

Victor Hugo


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A poesia é tudo que há de íntimo em tudo.

Victor Hugo


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Do atrito de duas pedras chispam faíscas; das faíscas vem o fogo; do fogo brota a luz.

Victor Hugo



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Tudo quanto aumenta a liberdade, aumenta a responsabilidade.

Victor Hugo




15 de ago. de 2011

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Assim que nascer o profissional morrerá o  poeta
Assim que sufocar a calçada morrerá o Ipê

Assim que sentirem o Sol
Teimarão em florir...

Amanda Medina (f)

8 de ago. de 2011

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Se o desejar faz do ser dor no mundo
Podemos tentar o não querer, o desapegar
E assim ter olhos para encontrar neste mundo
O que já vem de si, reconstruir
Exteriorizar
Objetivar
Internalizar

Pensemos o próximo passo...

Se desapegue a vida

5 de ago. de 2011

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Se desapegue a vida
Digo de maneira ampla,
Não apenas das coisas
Mas da própria existência.

Se apegar a vida é ser escravo.
Escravo das coisas, das pessoas
E do medo.
Exista como as coisas existem
na natureza.

Aceitar a morte não é egoísmo
Mas sim uma postura de humildade
De reconhecimento da nossa essência
Tão distorcida pelo afastamento
do homem da natureza.

Não aceite que vai morrer um dia
Mas que pode morrer agora mesmo
E não tema isso, pois o seu medo
é baseado em apegos, em ilusões.

Esse é o maior e mais difícil desapego
O desapego a vida.
Você vive em função do futuro e não do
agora, isso é nocivo em vários sentidos,
é escravizante.

Você passa boa parte da vida se preocupando
com o que os outros pensam a seu respeito
Seu chefe, sua família, seus amigos

Se preocupa com o que pensam e 
se preocupa com o mundo sem você.

Tudo se adapta, e assim como é na natureza
O mundo se adapta a sua inexistência
Isso não te diminui em relação as coisas
Apenas faz com que valorize o que tem, o momento.

Viver em razão do futuro é ser escravo do medo
Pois quanto mais colocar suas apostas no futuro, mais
estará atrelado a ele, por conseguinte mais temerá a morte.
Se desapegar a vida nesse sentido é se libertar
Se libertar para viver o presente sem medo.

Você pode enfim ser livre para ser o que quiser.
Para fazer o que quiser realmente, além
das fronteiras, além da cerca, além das grades
que lhe foram impostas desde que nasceu.




Israel

4 de ago. de 2011

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"Coragem, às vezes, é desapego (...)
 É aceitar doer inteiro até florir de novo.
 É abençoar o amor,
aquele lá,
que a gente não alcança mais."

(Ana Jácomo)

1 de ago. de 2011

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"Contempla-se a morte,
 contempla-se a vida,
consente-se na última.
Mas é um consentimento que sangra."
(V.H.)
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Maktub

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E se antepôs
se foi luz
o Sol         

Levou um saber
escondeu o sentir...
Mesclado na palheta as cores
unas , universais
Ciclo longo e interminável
Não se define para pincelar a realidade

Pintar a chuva, as lágrimas ou partida da dor
Esses sorrisos, olhos luminosos, asas metamorfoseadas
Um mundo, ou todos, ou  meu...

Desapego, praticado ao extremo
Sem medo da perda
Hoje sou capaz de me desprender
Nem o badalar matutino ou vespertino
Nem mesmo o cântico noturno...
Terá a eternidade se me fizeres harmônica


Sol, nota amiga
De todas a preferida
Não se pode amar o instrumento
Este está condenado ao tempo
Mas a música, eterna, digna de amor

Nirvana... apenas um dia de Sol
em meio as melodias aladas
talvez uma companhia, que não queira atenção
E um caminhar errante
Êxtase!

O resto, todo o resto, passará
O tempo só perdoa o que é essência e solidão.

Amanda Medina